sábado, 10 de janeiro de 2015

Escrita | Banco de Jardim



E estava ali só. Mantinha ao seu colo o símbolo da renovação. As folhas outonais, caídas sobre si, conferiam-lhe um colorido característico, cintilante como diamantes reluzentes, quando sobre elas o frio solidificava. Sabia mais que um historiador e presenciou as mais diversas emoções, a cada passo que acolhia um ser humano sobre si, vivia um momento diferente. Perde a conta às lágrimas derramadas sobre ele; às palavras ditas mas não sentidas; aos sorrisos inocentes; aos olhares mais sinceros que as palavras. Guarda tudo para si. Quem sabe se um dos maiores segredos do mundo não está a salvo com ele!? É um tesouro à mercê de todos, mas nem aos olhos de todos ele é tão precioso. Para os comuns é apenas uma mera infraestrutura de meia dúzia de tábuas de madeira, assentes em ferro, com a finalidade de os servir quando o corpo implora por repouso. Para os sonhadores, resume-se somente a um banco de histórias, num jardim de emoções. 

Ruthe Mar

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